PROCESSOS DE EXCLUSÃO PELA MATEMÁTICA:

ALGUNS ASPECTOS, REFLEXÕES E POSSIBILIDADES

Resumo

O presente texto foi escrito para leitura na mesa redonda de encerramento do VII EnGEM – Encontro Goiano de Educação Matemática, intitulada ‘Educação Matemática em Goiás’, em que os três palestrantes da mesa, pesquisador e pesquisadoras residentes no estado de Goiás, ao exporem suas pesquisas desenvolvidas ou em andamento, dariam pistas de como a Educação Matemática foi/está sendo produzida no estado, seja no período duro da pandemia de COVID 19, ou no momento pós vacinação, dado que a pandemia continua, agora de forma mais amena. A minha fala na mesa versou sobre a minha pesquisa de doutorado, finalizada no inicio desse ano de 2022, e, também, algumas reflexões sobre os desafios de se pesquisar em plena pandemia. A pesquisa de doutorado buscou entender, em nível discursivo, os processos de exclusão engendrados pelo currículo de matemática. Tal entendimento aconteceu mediante a Análise do Discurso, de inspiração nas teorizações do filósofo Michel Foucault, do corpus de pesquisa, composto por entrevistas narrativas de alunos e alunas que sofreram um processo de exclusão pela matemática, sendo alunos e alunas do Ensino Médio Integrado (EMI) do IF Goiano – Campus Urutaí, que cursavam a dependência na disciplina de matemática, e alunas e alunos evadidos do curso de Licenciatura em Matemática, do mesmo Campus. Foram destacados três enunciados, ‘se eu tivesse me esforçado mais, eu conseguiria’, ‘as mulheres têm que cuidar dos outros, antes de cuidarem de si mesmas’ e ‘não era a matemática que eu esperava’, que mostram diferentes posições de sujeito constituídas pelos alunos e alunas que sofreram o processo de exclusão pela matemática, e, também, como os discursos neoliberal, religioso, patriarcal, feminista, científico e pedagógico/educacional, se materializam na matemática, provocando exclusões.

Palavras-chave: Dependência; Evasão; Enunciados; Exclusão; Matemática.