<b>EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DA REGIÃO CENTRO-OESTE: ESPAÇO, LUGAR E NATUREZA DA PESQUISA</b>

Autores

  • Adailton Alves da Silva

Resumo

A região Centro-Oeste, devido suas características geográficas e históricas, bem como os modos de vida da sua população, apresenta uma realidade específica em relação à geografia e à diversidade cultural. No que diz respeito ao lugar geográfico, a região Centro-Oeste é constituída por quatro biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Em relação à diversidade cultural, além das comunidades urbanas, essa região conta com a presença de quilombolas, indígenas, pescadores e ribeirinhos. Com o propósito de falar da pesquisa em Educação Matemática no Centro Oeste, buscamos partir do entendimento de Tuan (1983, p. 3) a respeito das noções “espaço” e “lugar”. Para este autor “o lugar é segurança e o espaço é liberdade”. Espaço e lugar são termos que indicam experiências comuns, ou seja, na experiência o significado de espaço frequentemente se confunde com o de lugar, mas o espaço é mais abstrato do que lugar. A partir dessas noções, podemos dizer que a região Centro-Oeste é um lugar espacializado a partir de diferentes experiências, através das quais os grupos sociais constroem e difundem seus saberes e suas realidades, a fim de atender às suas necessidades e seu bem estar. Nesse processo, além dos aspectos climáticos, geográficos hidrográficos, a espacialização está ligada diretamente com a cultura e a identidade do povo. Tendo em vista que o lugar (região Centro-Oeste) possui uma maneira específica de ser espacializado, alguns questionamentos são pertinentes e necessários: qual a identidade da formação de professores de matemática dessa região? A forma de espacializar essa região influencia na formação de seus professores? O currículo da matemática atende aos anseios e desafios dos grupos sociais dessa região? A produção científica dos pesquisadores dessa região tem contribuído aos desafios do ensino básico da região? É possível termos uma educação matemática do serrado? É possível termos uma educação matemática do pantanal? É possível termos uma educação matemática amazônica? Diante desses questionamentos parece ser oportuno e conveniente pensarmos numa Educação Matemática que esteja relacionada às preocupações que tangem os problemas reais desses grupos sociais. Considerando que nesse contexto existem diversos grupos sociais que se diferenciam no jeito de ser, de ver, de agir e estar no mundo, faz-se necessário um olhar atento e crítico para essa diversidade de olhares. Consequentemente, essa diversidade nos convoca a refletir e pensar um currículo da matemática escolar que seja pelo menos respeitador dessa diversidade. Tendo em vista a sua complexidade, a pesquisa em Educação Matemática no/do Centro-Oeste não pode ser tratada apenas a partir de uma visão rasa de produção e de consumo, pois isso seria, no mínimo, esvaziar os sentidos que ela possui para cada pessoa e grupos sociais que co-habitam essa região. Nessa perspectiva, o objetivo da nossa reflexão nessa mesa é provocar uma discussão sobre o Espaço, o Lugar e a Natureza da Pesquisa em Educação Matemática da região Centro-Oeste. Nessa discussão, o intuito é compreender a identidade e a integração entre as comunidades de educadores matemáticos a partir das características sócio-históricas da região.

 

Palavras-chave: Investigação; Diversidade Cultural; Etnomatemática; Centro-Oeste.

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Publicado

2017-12-31